Entenda quais são as fases do desenvolvimento infantil
Você já se perguntou como seu filho ou sua filha aprende e descobre o mundo ao seu redor? Sim, cada criança é única, mas existem algumas etapas que todas elas precisam passar para desenvolver a capacidade cognitiva, motora, social e emocional. Chamamos isso de fases de desenvolvimento infantil!
Mas, o que é isso? Bem, basicamente está relacionado a todo o processo de evolução da criança com habilidades que podem ser refletidas em ações, como, falar, engatinhar, entre outros.
Sabendo como esse assunto desperta bastante curiosidade, principalmente para papais e mamães, preparamos esse conteúdo para te ajudar a entender cada fase e ensinar como estimular o desenvolvimento infantil do seu filho ou filha. Vamos lá?
As fases do desenvolvimento infantil segundo Piaget
O psicólogo Jean Piaget dedicou anos de estudo para entender como o pensamento infantil se desenvolve. Segundo ele, a aprendizagem acontece em quatro grandes fases, cada uma com características próprias.
Essas fases ocorrem naturalmente à medida que os bebês exploram o mundo ao seu redor, processam informações e constroem novos aprendizados.
Cada etapa apresenta características específicas e exige estímulos diferentes. Vamos entender melhor cada uma delas e como os brinquedos podem ser aliados poderosos nesse processo do desenvolvimento infantil!
Sensório-motor (0 a 2 anos)
No primeiro estágio da vida, o aprendizado acontece por meio dos sentidos e dos movimentos. Bebês exploram o mundo tocando, pegando, provando e movimentando objetos.
Aos poucos, começam a desenvolver noções básicas e a entender que algo continua existindo mesmo quando sai do campo de visão.
Um dos experimentos responsáveis por essa descoberta foi o da permanência do objetivo, no qual Piaget pegava um brinquedo, mostrava para o bebê e, em seguida, cobria o objeto com um pano. O bebê simplesmente esquecia que o brinquedo existia e não tentava procurá-lo!
Somente por volta dos 8 meses a criança passou a entender que o brinquedo ainda estava ali, mesmo que não estivesse visível!
Portanto, nesta etapa, os melhores brinquedos para essa idade são aqueles que ajudam os bebês a descobrir novas sensações e aprimorar a coordenação motora. Por exemplo, chocalhos e mordedores, tapetes de atividades com texturas e cores vibrantes, brinquedos musicais e opções de encaixe simples.
Pré-operatório ou simbólico (2 a 7 anos)
Aqui, a imaginação ganha força! A criança começa a usar o pensamento simbólico, dando vida a brinquedos, inventando histórias e imitando situações do cotidiano.
No entanto, nessa fase do desenvolvimento infantil ainda há dificuldade em entender o ponto de vista dos outros (egocentrismo) e em fazer raciocínios lógicos mais complexos.
Para descobrir isso, Piaget realiza uma experiência que mostra que crianças nessa fase ainda não compreendem a conservação de quantidade. Ele pegava dois copos idênticos cheios de água e perguntava à criança se havia a mesma quantidade de líquido em ambos.
Ao transferir a água de um dos copos para um recipiente mais alto e estreito, a criança imediatamente acreditava que o copo alto tinha mais água! Isso acontece porque, nessa fase, as crianças ainda não conseguem entender conceitos de lógica de forma madura.
Afinal, quais brinquedos são importantes para essa fase? A resposta é: brincadeiras que incentivam a criatividade, o faz de conta e o desenvolvimento da linguagem.
Isso pode envolver bonecos e fantasias para brincadeiras de faz de conta, massinha de modelar para estimular a coordenação e a criatividade, quebra-cabeças simples para desenvolver o pensamento lógico e livros interativos e contação de histórias para enriquecer o vocabulário.
Operatório concreto (8 a 12 anos)
Nesta fase, a criança já consegue pensar de maneira lógica, resolver problemas simples e entender relações de causa e efeito. Mas, ainda precisa de objetos concretos para compreender conceitos abstratos. Também é uma fase de maior sociabilidade, onde as brincadeiras em grupo ganham destaque.
Piaget percebeu que, até os 6 ou 7 anos, as crianças têm dificuldade para classificar objetos de acordo com critérios simultâneos. Ele mostrava uma coleção de botões e perguntava: "Tem mais botões vermelhos ou mais botões no total?".
A criança pequena respondia que havia mais botões vermelhos, pois ainda não compreendia que eles faziam parte de um grupo maior. A partir dos 7 anos, a criança já consegue classificar objetos em diferentes categorias e compreender relações de causa e efeito.
Para estimular essa fase, é importante utilizar jogos educativos e desafios que incentivem a lógica e a interação.
Ou seja, aposte em jogos de tabuleiro para trabalhar estratégia e cooperação, quebra-cabeças mais complexos para estimular o raciocínio lógico, kits de experiências científicas para despertar a curiosidade e blocos de montar para desenvolver habilidades espaciais.
Operatório formal (dos 12 anos em diante)
Os adolescentes entram no mundo do pensamento abstrato, conseguindo planejar, criar hipóteses e argumentar de forma mais estruturada. Eles passam a desenvolver o senso crítico e começam a questionar mais o mundo ao seu redor.
Piaget criou um experimento para avaliar essa fase do pensamento formal, no qual ficou conhecido como o experimento do pêndulo. Ele dava a adolescentes um pêndulo e pedia que descobrissem o que influenciava a velocidade de oscilação: o peso, o comprimento da corda ou a força do impulso?
Crianças menores testavam tudo de forma desorganizada, enquanto adolescentes já conseguiam formular hipóteses e testá-las sistematicamente, mostrando que haviam desenvolvido o pensamento científico.
Os melhores brinquedos para essa etapa são jogos e atividades que desafiam a lógica, a criatividade e a autonomia. Portanto, procure jogos de estratégia e desafios matemáticos, kits de ciências e robótica ou jogos de RPG que estimulem o raciocínio e a construção de narrativas.
Como estimular o desenvolvimento infantil da criança?
Agora que já entendemos as fases do desenvolvimento infantil, surge uma pergunta: como podemos, na prática, estimular o crescimento saudável da criança? Aqui estão algumas dicas essenciais para pais, mães e responsáveis:
Brincadeiras livres
Permita que a criança explore e descubra o mundo ao seu ritmo. O tempo de brincadeira é fundamental para o aprendizado.
Estímulos adequados para cada fase
Ofereça brinquedos e atividades que desafiem a criança sem frustrá-la. O aprendizado acontece quando há equilíbrio entre desafio e diversão.
Interação social
Estimule brincadeiras em grupo para que a criança desenvolva habilidades sociais como empatia, cooperação e resolução de conflitos.
Ambiente seguro e acolhedor
Um espaço seguro e confortável permite que a criança se sinta livre para explorar, testar e errar sem medo.
Participação dos pais
Mais do que dar brinquedos, brinque junto! A interação entre pais, mães e filhos fortalece o vínculo afetivo e potencializa o aprendizado.
Compreender as fases do desenvolvimento infantil ajuda pais, mães e responsáveis a oferecerem os estímulos certos para cada etapa da vida da criança. E, como vimos, brincar não é apenas diversão—é um dos principais motores do aprendizado!
Ao escolher brinquedos adequados para cada fase, você não só garante momentos de alegria, mas também contribui para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de bebês e crianças.
Na Ideiaria Brinquedos, temos uma curadoria especial de brinquedos educativos que acompanham cada fase do crescimento infantil. Confira nossa coleção e escolha a melhor opção para presentear uma criança.
Esperamos que tenha gostado de entender melhor sobre como estimular o desenvolvimento infantil. Aproveite e aprenda como montar quebra-cabeças. Até mais!
Referências
GOULART,I. B. PIAGET: Experiências básicas para utilização pelo professor. 11ª edição. 1996.
PIAGET, Jean. O Nascimento da Inteligência na Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
BEYER, H. Organização do pensamento infantil segundo Piaget. Revista de Psicologia do Desenvolvimento, v. 5, n. 2, p. 34-45, 1999.
GOLDFARB, S. A importância do brincar no desenvolvimento infantil. Psicologia e Educação, v. 12, n. 1, p. 22-30, 2015.